Proibido desde 2006, quando aconteceu a chamada “Minirreforma Eleitoral” (Lei 11.300/2006), o showmício parecia ter sido um assunto encerrado, ficando apenas na lembrança do eleitorado brasileiro que viveu a época em que shows de cantores animavam os comícios.
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É isso mesmo, “parecia”, pois político sempre dá um “jeitinho” para tudo, né mesmo? E em Patos os showmícios voltaram com tudo, mas claro que de forma diferente, sem mostrar o verdadeiro objetivo, sem discurso partidário direto e, às vezes, até sem o político beneficiado ser o autor formal do evento.
A primeira festa com esse perfil de gerar visibilidade no mundo político foi o Natal com show de Walkyria Santos e outros, promovido por Priscila Lima e família em 2022, quando o nome ventilado como pré-candidato a prefeito era do irmão dela, o ex-candidato a deputado estadual Cicinho Lima. Em 2023, a “Baronesa” fez mais uma edição (desta vez ela com possibilidade de ser candidata), com apresentação da banda Limão com Mel e outros. Nos dois anos, o evento reuniu políticos da oposição.
Brother Construtor, como é conhecido na cidade o pré-candidato a vereador, também entrou na onda dos eventos para atraí público. Ele criou um bloco de carnaval neste ano e fez dois dias de festas com artistas regionais e regado com muita bebida de graça. Novamente com participação ativa de nomes oposicionistas do governo Nabor, como Ramonilson Alves, Priscila Lima, Josmá Oliveira e sargento Patrian.
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Para não ficar atrás, o grupo de situação arrumou um jeito de ter um palanque para chamar de seu. O público de Patos foi pego de surpresa com o anúncio inesperadamente de uma festa no Terreiro do Forró. Dentre as atrações, o cantor Vicente Nery e a banda Encantu’s. A realização foi em nome da federação e associações de pescadores, mas no palco tinha muitos, mas muitos políticos – destaque para o prefeito Nabor Wanderley (que vai buscar a reeleição) e o deputado Hugo Motta, que, entre um show e outro, discursaram no palco para as centenas de pessoas presentes (pescadores e público em geral que foi para assistir os shows musicais).
Obviamente, o novo modelo de showmício está sendo realizado fora do período de campanha eleitoral. A estratégia é uma forma inteligente de não ser enquadrado no artigo 39, parágrafo 7º, da Lei das Eleições (Lei 9.504/1997), que veta tal prática, sendo a decisão referendada pelo Supremo tribunal Federal (STF) em 2021.
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Claro que em outros moldes, mas ao que percebesse a ideia é a mesma dos showmícios do passado: usar cantores e bandas para reunir multidões, gerar autopromoção e deixar uma mensagem política, nem que seja de forma subliminar.
Como festa é festa e a população, que não está nem aí para objetivos sublimares de ninguém, aproveitou os eventos de todos os lados. Resta saber quais são as estratégias dos grupos políticos para a campanha eleitoral, já que ficará bem mais difícil fazer shows sem ser percebido pela lei.
Por Portal TV Sol
