Orquestra Jazz de Matosinhos lança disco em homenagem a Zula Homem de Mello

Kubitschek Pinheiro – MaisPB Desde da quinta-feira (28) fechando o mês de março, foi lançado simultaneamente no Brasil e em Portugal, no mundo todo, o álbum "MU?SICAS BRASILEIRAS, MU?SICOS PORTUGUESES", projeto da Orquestra Jazz de Matosinhos que contou com a curadoria do musicólogo, jornalista, radialista e produtor musical Zuza Homem de Mello, que faleceu aos 87 anos na madrugada de 4 de outubro de 2020.

Por Patos 40 Graus em 30/03/2024 às 11:41:23

Kubitschek Pinheiro – MaisPB

Desde da quinta-feira (28) fechando o mês de março, foi lançado simultaneamente no Brasil e em Portugal, no mundo todo, o álbum "MUSICAS BRASILEIRAS, MUSICOS PORTUGUESES", projeto da Orquestra Jazz de Matosinhos que contou com a curadoria do musicólogo, jornalista, radialista e produtor musical Zuza Homem de Mello, que faleceu aos 87 anos na madrugada de 4 de outubro de 2020. O selo é da Biscoito Fino. Gravado em 2022

O disco "Musicas Brasileiras, Musicos Portugueses", um dos mais bonitos começou a ser gerado em 2018 e resultado é uma série de encontros entre amantes de arquitetura, arte e música dos dois países. No repertório, as canções da vida toda – "Corcovado", "Wave" de Antônio Carlos Jobim, "Carinhoso" de Pixinguinha, "Nana? (Coisa nº 5)" de Moacir Santos, "Linha de Passe" de Joa?o Bosco e "Canto Para Nanã" de Dorival Caymmi.

O álbum um dos últimos que Zuza realizou, traz os arranjos de Antonio Adolfo, Mario Adnet, Letieres Leite, Nelson Ayres e Nailor Proveta. O concerto da big band portuguesa dirigida por Pedro Guedes, gravado em Portugal, tem a participação de Kiko Freitas na bateria e o percussionista baiano Gabi Guedes participou da gravação do álbum.

O tempo voou. Quatro anos depois da morte de Zuza Homem de Mello, o lançamento do álbum é uma homenagem a ele. Para Pedro Guedes, "e um grande orgulho editarmos este trabalho através da Biscoito Fino, gravadora que é referência para quem gosta e ouve música brasileira".

Zuza de Mello escreve no encarte da edição física do álbum duplo que já está nas plataformas e sairá físico), Zuza escreveu: "Agora, muito orgulhosos, oferecemos um concerto único com o poder do jazz se alastrando por entre lusos e brasileiros. Esse leque da música instrumental brasileira, de épocas e estilos distintos, resume um concerto absolutamente inusitado que a Casa da Arquitetura de Matosinhos tem a primazia de realizar".

Como nasceu o projeto

Em setembro de 2018, a Casa da Arquitetura inaugurou a exposição "Infinito Va?o – 90 anos de arquitetura brasileira" e, para o encerramento da mesma, Nuno Sampaio, diretor executivo da instituição, convidou Zuza Homem de Mello para pensar um espetáculo que cruzasse as expressões da cultura com a arquitetura e a música, em especial. O resultado está aí – uma obra de arte.

Nesta mesma ocasião, Zuza, então com 85 anos, foi apresentado a Pedro Guedes, diretor artístico da OJM, e daí para a frente "foi sopa no mel, um vaivém de partituras, um vaivém de informações", na definição do próprio curador brasileiro.

Pedro Guedes questionou "como agarrar a imensa diversidade e riqueza desta música? Como construir um repertório que a represente, partindo da nossa condição cumplice de músicos portugueses?"

Tendo como guia Zuza Homem de Mello – "homem com música nas veias, de gargalhada sincera e inconfundível" – que escolheu os temas, os arranjadores brasileiros e os músicos Kiko Freitas (baterista eleito 'o melhor do mundo' na categoria de World Music da revista americana Modern Drummer, em 2019), e Gabi Guedes (percussionista baiano, integrante da Orkestra Rumpilezz), a Orquestra Jazz de Matosinhos apresentou-se na Tanoaria/Casa da Arquitetura e rapidamente percebeu que tinha de registar o concerto, homenageando o inesquecível Zuza.

O MaisPB conversou com Pedro Guedes, diretor e maestro da Orquestra Jazz de Matosinhos que enaltece o trabalho de todos músicos, artistas, compositores e em especial o mestre Zuza de Melo

MaisPB – Como o senhor avalia a importância desse lançamento unindo música brasileira, com músicos portugueses e tem como guia Zuza de Mello?

Pedro Guedes -Não podíamos ter tido melhor guia neste desafio de agarrar a imensa diversidade e riqueza da música brasileira. Homem com música nas veias, de gargalhada sincera e inconfundível, Zuza escolheu criteriosamente os temas e os arranjadores deste projeto "Músicas Brasileiras, Músicos Portugueses", valendo-se da sua vida devotada à música, em especial à do seu amado país.

MaisPB – E temos músicos brasileiros nesse disco, não é?

Pedro Guedes – Ele fez questão de trazer um convidado especial, o inigualável baterista brasileiro Kiko Freitas, encarregado de colocar a Orquestra Jazz de Matosinhos no balanço certo.

MaisPB – A obra de Zuza de Mello ficou marcada na história da música brasileira…

Pedro Guedes – Sim, Zuza acabaria por nos deixar no final de 2020. A sua obra ficará para sempre impressa na história da música brasileira e a sua marca ficará também na história da OJM. Este disco, gravado entre 15 e 20 de julho de 2022, conta com todo o repertório que ele pensou para o primeiro concerto do projeto, e foi gravado com as participações de Kiko Freitas e do percussionista baiano Gabi Guedes.

MaisPB – Ele escreveu no encarte do disco do orgulho de oferecer um concerto único com o poder do jazz que se alastra por entre lusos e brasileiros…

Pedro Guedes – Dedicamos este trabalho ao Zuza, mas também à Ercilia Lobo, sua viúva, pela generosidade de nos ter acompanhado ao longo de todo o caminho. Salve a música brasileira!

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