Pequena sinopse

Não escrever sobre aquilo que se passou pode ser uma afirmação pessoal, uma distinção em relação a outras vezes, uma transformação contínua, sem forma ou sequência lógica.

Por Patos 40 Graus em 18/06/2024 às 07:35:04
Foto: Amazon.com

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Não escrever sobre aquilo que se passou pode ser uma afirmação pessoal, uma distinção em relação a outras vezes, uma transformação contínua, sem forma ou sequência lógica. Tenho andando distraído.

Viajamos nos livros para nos identificarmos com os personagens. Assim tem sido com as últimas páginas do livro "Esquecidos do Domingo", de Valérie Perrin histórias dentro de outras, diferentes das nossas.

A protagonista é Justine, de 22 anos, que vive com os avós e o primo, Jules, desde que os pais de ambos morreram num acidente.

Os dias de Justine não são parecidos com os meus, sem que nada se altere: ela trabalha nas Hortênsias, um lar de idosos na aldeia onde mora, e adora conversar com os residentes. Entre eles, está Hélène, uma centenária cujo sonho sempre foi aprender a ler. Esse é sonho mais bonito que existe, aprender a ler para ensinar os camaradas.

Justine e Hélène criam uma história de amizade, que não costumamos mais ver nos dias de hoje, uma, alimentando a outra pelas horas que passam a escutar as memórias e sentimentos. Que livro, que aprendizado!

De que forma se entrelaçam as histórias? Ah, eu sei. Como podem as antigas e novas memórias fazer Justine mudar o rumo da sua vida? Tem que ler o livro

O centro da cidade que me acolhe na luz da manhã, não é mais cenário para nada, quando a cidade que me era mais familiar. A deslocação entre as personagens e as esquinas, assim o demonstram.

Os personagens nunca são os mesmos, o que muda é a necessidade. É como se a cidade fosse um abrigo a céu aberto e eu fosse Justine. A transferência é que não há literatura.

O romance vai andamento rápido, a caminhada contínua, a amostra em repetição. Nesse sentido "Esquecidos do Domingo", é uma viagem da protagonista, que acreditar existir fora do livro.

Kapetadas

1 – Depois de ler, Ulysses, de James Joyce, tive apenas uma dúvida: como ele arrumou um editor?

2 – Os que erguem altares muitas vezes são os primeiros a levantar a cruz.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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